A batata-doce desempenha um papel fundamental na região de Presidente Prudente, se destacando como a principal produtora no estado de São Paulo e uma das maiores do país. Um símbolo dessa cultura para a região é a Feira Tecnológica da Batata-doce, a Batatec, que em sua 5ª edição, acontece de 18 a 21 de julho. Já é tradicional na Feira a participação dos Institutos da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, trazendo informação técnica sobre o cultivo da batata-doce e apresentando as novas variedades desenvolvidas.
De acordo com a pesquisadora da Apta Regional de Presidente Prudente Amarílis Beraldo Rós, a Unidade mantém, desde 2016, em parceria com o Instituto Agronômico (IAC-Apta), o Programa de melhoramento genético de batata-doce. A iniciativa, que recebe o financiamento da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], tem por objetivo encontrar variedades com maior produtividade, aliada a sabor e coloração de polpa e casca que atraia o consumidor, além de materiais com formato e cores diferenciados para nichos de mercado específicos, como polpas coloridas que resultam em batatas chips que mantêm a coloração após fritos.
Segundo o pesquisador do IAC Valdemir Antônio Peressin, a Secretaria de Agricultura investiu em um amplo programa de melhoramento de batatas-doces, objetivando a biofortificação da cultura. “Utilizando-se de técnicas de melhoramento genético convencional foram lançadas duas cultivares biofortificadas [IAC 134 AL01 e IAC Ametista], quatro cultivares convencionais [IAC Santa Elisa, IAC Clara, IAC Lavínia e IAC Prudentina] e cinco cultivares ornamentais [IAC Claudia, IAC Katherine, IAC Mara, IAC Mônica e, IAC Yoka]”, ressalta Peressin.
O trabalho está relacionado à multiplicação rápida para produção de mudas com elevada sanidade a partir de pequenos segmentos de caule. “A partir de poucas ramas isentas de vírus, é possível produzir grande quantidade de plantas sadias”, explica Amarílis.
Variedades trazem opções para o produtor
As cultivares desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento da Apta serão apresentadas na Batatec, no estande da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA), e estarão disponíveis para comercialização de mudas com alta sanidade e isentas de vírus. A parceria entre as instituições ainda recebe o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag).
A pesquisadora da Apta Regional aconselha a quem vai começar a produzir que inicie apenas com um destes materiais. “Eu recomendo a IAC Clara, para quem vai iniciar, por ter o formato, cores e características semelhantes com os materiais já comercializados atualmente”, detalha Amarílis. No entanto, ela diz que o produtor pode testar as demais cultivares, pois todas são viáveis para a comercialização. “Com isso, o produtor irá verificar qual delas atende melhor o mercado a que será destinada”, complementa a especialista.
Além das já lançadas, a parceria Apta Regional e IAC continua avaliando outros materiais melhorados, para verificação de produtividade, sabor e cores que atendam ao mercado consumidor. Atualmente estão sendo testados 50 materiais, tendo sido possível identificar muitos com potencial para se tornarem novas cultivares comerciais, inclusive para exportação. Dentre as variedades experimentais, há uma que apresenta maior durabilidade, um papel importante principalmente para o transporte na exportação. “Ela desidrata pouco e tem uma vida de prateleira mais longa”, detalha Amarílis. Há ainda cultivares com polpas de 2 a 3 cores que continuam as mesmas após o processo de fritura para chips.
Parceria e comercialização
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), o IAC e a Apta Regional, instituições ligadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag), firmaram parceria para condução de ações de pesquisa, gestão da difusão e transferência de tecnologia para os agricultores. Este acordo está centrado na disponibilização de mudas sadias das principais cultivares IAC de batata-doce.
Fonte: Secretaria Estadual de Agricultura de SP
