Presidente Prudente está fazendo história com o biometano da cana-de-açúcar

biometano produzido a partir da cana-de-açúcar em Presidente Prudente.

Presidente Prudente bem como, Pirapozinho e Narandiba estão fazendo história ao se tornarem as primeiras cidades no Brasil a receber biometano produzido a partir da cana-de-açúcar. Este marco representa um significativo avanço rumo a uma era de baixo carbono.

O biometano, que substituirá o gás fóssil tradicional em empresas, comércios, residências e veículos, é um combustível renovável oriundo da economia sustentável. Produzido a partir dos subprodutos vegetais da cana, como bagaço, palhada, torta de filtro e vinhaça, o biometano é um exemplo notável de economia circular, transformando resíduos de um processo em insumos para outro.

O gás metano, que é o principal componente do gás natural, é produzido pela decomposição anaeróbica de matéria orgânica, processo que também pode ser replicado com a fermentação controlada de resíduos animais e vegetais para gerar biogás. Após a purificação, o biogás se torna biometano, um gás com poder de combustão semelhante ao do gás natural, mas sem emissões de carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

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A empresa sucroenergética Cocal, com unidades em Paraguaçu Paulista e Narandiba, é a pioneira na distribuição deste biometano no Brasil. Em colaboração com a Compass Gás e Energia, parte do grupo Cosan, foi criada a GasBrasiliano, que recebeu um investimento inicial de R$ 180 milhões para a produção e a instalação de uma rede de gasodutos com 65 quilômetros de tubulação.

O projeto “Cidades Sustentáveis”, da GasBrasiliano, levou três anos para ser concretizado e promete um futuro promissor, alinhado com as demandas por práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). De acordo com a Abiogás (Associação Brasileira do Biogás), a previsão é de que, nos próximos cinco anos, 65 novas plantas de biometano sejam inauguradas no Brasil.

O setor agroindustrial da cana-de-açúcar se destaca na agenda da sustentabilidade. Historicamente, começou como fabricante de açúcar, evoluiu para a produção de etanol, gerou bioeletricidade a partir do bagaço da cana, desenvolveu plásticos biodegradáveis e agora investe no biometano. As usinas de cana também são pioneiras em programas de controle biológico de pragas e em práticas de conservação do solo, utilizando adubação orgânica e protegendo áreas ambientais como matas ciliares e nascentes.

Conforme o protocolo agroambiental do Etanol Mais Verde, a proteção ambiental nas margens dos canaviais envolve cerca de 140 mil hectares de áreas recuperadas. Além disso, o consumo de água nas usinas foi reduzido em 52% por tonelada de cana processada, evidenciando o compromisso com a sustentabilidade.

O biometano da cana-de-açúcar é, sem dúvida, um exemplo de sucesso na combinação de produção e preservação ambiental, marcando um avanço significativo no setor agropecuário brasileiro.

 

Fonte: Portal do Agronegócio

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