Transplante de células-tronco reverte diabetes tipo 1 em paciente pela primeira vez na história

A closeup shot of a doctor with rubber gloves taking a blood test from a patient

Um grupo de pesquisadores chineses alcançou um marco inédito no tratamento da diabetes tipo 1 ao reverter a condição de uma paciente com um transplante de células-tronco.

O estudo publicado em setembro deste ano, na revista científica Cell, revela que uma mulher de 25 anos está há um ano sem precisar de suplementação de insulina, uma conquista que pode revolucionar o tratamento da doença crônica.

Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais da metade da população brasileira desconhece que sofre de diabetes, uma condição que muitas vezes se desenvolve de maneira assintomática e gradual.

Andrezza Barreto, enfermeira da Vuelo Pharma explica que no estudo, os cientistas extraíram células-tronco de três pacientes com diabetes tipo 1 e as reprogramaram para um estado pluripotente, permitindo que se transformassem em qualquer tipo de célula do corpo.

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Utilizando uma técnica modificada, criaram grupos 3D de ilhotas pancreáticas que, na cirurgia realizada em junho de 2023, foram injetadas no abdômen da paciente, facilitando o monitoramento.

Dois meses e meio após a intervenção, a paciente estava produzindo insulina suficiente para viver sem suplementação, com seus níveis estabilizados um ano após o procedimento.

A enfermeira enfatiza que o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune geralmente diagnosticada durante a infância ou adolescência, que leva à incapacidade do pâncreas de produzir insulina, hormônio essencial para a conversão de alimentos em energia.

“Para os pacientes, é fundamental monitorar de perto os níveis de glicose no sangue e administrar insulina diariamente”, observa.

Apesar dos resultados promissores do estudo, a comunidade científica pede cautela. Os pesquisadores salientam que ainda é muito cedo para afirmar que a paciente está completamente curada. É necessário um acompanhamento de pelo menos cinco anos.

Os outros dois pacientes envolvidos no estudo também apresentaram resultados positivos, mas ainda não completaram um ano de acompanhamento. Com base nesses achados, os cientistas planejam expandir a pesquisa para incluir entre 10 e 20 novos participantes.

Simultaneamente, outros estudos estão sendo realizados para tratar a diabetes tipo 1 com células-tronco, buscando não apenas reverter a condição, mas também prevenir a resposta autoimune que a causa.

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