TV Fronteira não tem contrato renovado com a Globo e deixa de transmitir sinal em 2025

Jornal Folha de São Paulo revela que motivo seria falta de conduta ética do proprietário da TV Fronteira durante as eleições municipais de 2024, envolvendo a TV em sua candidatura a prefeito.

A TV Globo confirmou nesta sexta-feira, 25 de outubro, que não renovará o contrato de afiliação com a TV Fronteira, emissora de Presidente Prudente, encerrando uma parceria que durou três décadas e cobre 55 municípios da região. A partir de janeiro de 2025, a TV TEM, que já retransmite o sinal da Globo em outras áreas do interior paulista, como Bauru, assumirá a transmissão na região.

Em nota, a Globo informou que a afiliação com a TV Fronteira se encerra em 31 de dezembro de 2024. “A partir dessa data, a TV TEM ampliará sua área de cobertura, transmitindo o sinal da TV Globo para Presidente Prudente e mais 54 cidades da região. A TV TEM já atende a região de Bauru, possuindo estrutura para garantir a qualidade do serviço ao público e ao mercado publicitário de Presidente Prudente”, declarou a emissora.

Conforme apurou a coluna, a decisão da Globo de não renovar o contrato foi planejada desde o início deste ano e estaria relacionada ao comportamento de Paulo Oliveira Lima, presidente do Grupo Paulo Lima, que controla a TV Fronteira. Em 2023, Lima demonstrou interesse em se candidatar à prefeitura de Presidente Prudente, e a Globo teria considerado que ele usou a emissora de maior audiência local para autopromoção nos telejornais. No primeiro semestre, um levantamento apontou que Lima apareceu em 25 reportagens do “Fronteira Notícias” em contextos favoráveis.

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Candidato a prefeito pelo PSB nas eleições de 2024, Lima obteve 37,28% dos votos, sendo derrotado por Milton Carlos, o “Tupã”, que venceu no primeiro turno com 52,81% dos votos. Além disso, um vídeo em que Lima menciona “mal-estar na sociedade brasileira, provocado pela visibilidade das identidades de gênero” também incomodou a Globo, que considerou a fala discriminatória contra a comunidade LGBTQIA+.

A TV Globo, que tem adotado critérios mais rígidos na escolha de suas afiliadas, exige que executivos e proprietários das parceiras regionais sigam um código de conduta e não utilizem a associação com a emissora para fins políticos.

Um caso semelhante envolveu a TV Gazeta, de Alagoas, pertencente ao ex-presidente Fernando Collor. Em 2022, a Globo decidiu não renovar a parceria de 45 anos após a condenação de Collor pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção, embora a TV Gazeta continue retransmitindo o sinal da Globo por decisão judicial.

Fonte: Informações de Folha de São Paulo

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