Deputado do PSOL protocola PL para mudar nome da rodovia Castello Branco para Eunice Paiva

Eunice Paiva e no detalhe o deputado estadual Guilherme Cortez. | Compilação: Kanitar Oberst

Um Projeto de Lei protocolado nesta quarta-feira, 05 de março na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pelo deputado Guilherme Cortez (PSol) quer alterar o nome da rodovia Castello Branco para “Eunice Paiva”. O objetivo é “ressignificar nomes” de espaços públicos que homenageiam personagens ligados à ditadura militar.

A proposta defende que a advogada Eunice Paiva é uma cidadã notória e se destaca como “símbolo de resistência e busca por justiça, opondo-se à repressão imposta pelo regime militar”. O ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, por sua vez, é apontado como um dos principais arquitetos do golpe de 1964.

A trajetória de vida da esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva ganhou projeção internacional com o filme Ainda Estou Aqui. O longa, inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, conta a história da luta de Eunice pelo reconhecimento do assassinato de seu esposo por agentes da ditadura, e venceu o Oscar deste ano de melhor filme internacional.

A rodovia Castello Branco é a principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste Paulista. Ela foi inaugurada em 1968, nos primeiros anos do regime militar e, desde a redemocratização, passou por outros questionamentos quanto à sua nomeação.

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Troca de nome de torturadores

Um outro projeto do vereador Nabil Bonduki (PT) na Câmara Municipal de São Paulo propõe a criação do programa Ainda Estamos Aqui, cujo objetivo é promover a alteração de nomes de logradouros e equipamentos públicos que homenageiam pessoas associadas à prática de graves violações de direitos humanos na ditadura militar.

A proposta quer que títulos de ruas, avenidas e praças da capital paulista que reverenciam torturadores sejam trocados por condecorações a vítimas do período de violência do Estado.

O nome de Eunice Paiva substituiria o da Praça Augusto Rademaker Grunewald, no Itaim Bibi, e o de Rubens Paiva, nomearia a Avenida Presidente Castelo Branco, na zona norte de São Paulo.

Fonte: Metropoles

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