Movimento do comércio cai 0,6% em setembro

Vendas no comércio estão em queda.

O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, apontou retração de 0,6% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de setembro e agosto. O indicador caiu 4,7% na comparação interanual e encerrou o 3º trimestre de 2021 em queda de 0,2% frente aos resultados obtidos no mesmo período de 2020. No ano, o crescimento desacelerou de 1,9% para 1,0%, ao passo que, na variação acumulada em 12 meses, o indicador aponta queda de 0,6%.

O resultado não surpreendeu. A queda na comparação interanual, a primeira após cinco elevações consecutivas, já há algum tempo era anunciada, dado que, mantida a base de comparação, o índice vinha perdendo o fôlego nos meses anteriores. No mês de setembro, o varejo se deparou com um consumidor menos confiante em meio a um cenário de maior inflação e taxa de juros. Somam-se a isso os fatos de que a melhora nos números do mercado de trabalho, até aqui, foi superficial e de que o setor de serviços, ainda que de forma tímida, continuou avançando, acirrando a competição entre ambos os setores.

Vale ressaltar que o recebimento do último lote da restituição do Imposto de Renda no dia 30 de setembro pode ter incrementado um pouco as vendas no período, mesmo que numa proporção pequena. Outro ponto que merece atenção é o auxílio emergencial – na verdade, o fato de que a última parcela do benefício está prevista para outubro, embora já esteja em discussão uma medida paliativa de assistência às famílias menos favorecidas.

De modo geral, os argumentos que sugerem uma desaceleração do varejo nos próximos meses do ano são convincentes, e não são poucos. Mais do que isso, estes mesmos argumentos, em princípio, já fincaram raízes em 2022, comprometendo também o crescimento para o ano que vem.

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