VACINA COVID: Estudo mostra efeitos adversos após tratamento estético

Nos últimos anos, no Brasil, a realização de procedimentos estéticos ocupou o segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos. E o uso do ácido hialurônico (AH) tem se tornado uma prática popular no tratamento de características faciais em pacientes, na grande maioria em mulheres. Contudo, um estudo com a participação do médico infectologista e professor da Unoeste Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro mostra que algumas mulheres que realizaram o procedimento tiveram reação adversa após as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer. No entanto, o estudo também alerta que não é motivo para que não ocorra a imunização contra o vírus.

Dr. Euribel conta que já existiam relatos em outros países. Em artigo publicado na revista da Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas há o relato de caso de cinco pacientes do estado de São Paulo que tiveram essa alterações. “Após a vacinação para Covid-19, alguns pacientes que haviam sido submetidos a esses procedimentos apresentaram uma reação de hipersensibilidade tardia com formação de edema (inchaço) na área onde o AH foi aplicado anteriormente. Das cinco mulheres, quatro evoluíram com melhora e uma delas continua apresentando vários sintomas após meses da aplicação”.

O médico ressalta que a Sociedade Brasileira de Dermatologia já havia feito um alerta aos profissionais sobre a possibilidade de reação. “O Brasil têm 51% de mulheres, desse número 57,7% têm mais de trinta anos e são potenciais clientes para esses procedimentos. Não existe uma métrica para mostrar quais pacientes apresentarão reações, o que se sabe é que a maioria das reações sejam resolvidas após alguns dias, algumas são demoradas com períodos de melhora, piora e recorrência meses após a aplicação da vacina”, explica.

Para o Dr. Euribel é preciso que as pessoas entendam que de maneira alguma isso possa ser motivo para que não ocorra a imunização contra o vírus. “A proteção extra contra as novas variantes provavelmente, exigirá novas formulações de vacinas, o que pode levantar questões sobre a necessidade de novas doses de reforço e o aumento da possibilidade de reações de hipersensibilidade em pacientes tratados com o AH. Mas, como as reações são raras e regridem sem maiores complicações em sua maioria, isso não deve ser motivo para as mulheres não se imunizarem”.

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Vale lembrar que, no Brasil, as ações de vigilância de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) da Covid-19 são voltadas para eventos moderados e graves e devem ser imediatamente notificadas ao Ministério da Saúde, que quando necessário investiga e esclarece o caso. “Concluímos que o nosso relato é importante para que os profissionais de estética estejam cientes desse evento, notifiquem as autoridades de saúde sobre essa possível reação e avisem aos pacientes sobre essa possibilidade”, finaliza.

Serviço

Além de Euribel, participam do estudo Luciena Cegatto Martins Ortigosa, Fabiano Lenzoni, Maria Vitória Suárez e Artur Antônio Duarte. A publicação “Reação alérgica em mulheres que realizarm preenchimento facial com ácido hialurônico após receberem vacina para COVID-19: Uma série de casos em São Paulo, Brasil” está disponível no site da PubMed, neste link.

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