Os chamados para reparos são comuns na indústria automotiva. Defeitos na montagem de componentes ou problemas nas peças dos fornecedores geralmente motivam a convocação de diferentes veículos. Mas também há muitos casos curiosos e inusitados. Veja os recalls mais bizarros de carros que se tem conhecimento.
Cadê as pastilhas?
Pois é, em 2011 o Sonic chegou todo pimpão nas concessionárias da Chevrolet na América do Norte, só que sem um item básico: as pastilhas de freio. Isso mesmo, mais de 4 mil unidades do compacto chegaram na fábrica da Generl Motors em Michigan (EUA) – e saíram de lá – sem a peça, por um erro na montagem prévia do sistema de frenagem.
E sabe onde estavam as pastilhas? Esquecidas no fundo de um contêiner de carga, devidamente embaladas, etiquetadas e invioladas. Felizmente nenhum acidente foi registrado com os Sonic “incompletos de fábrica”.
O ataque das aranhas
Pelo menos duas marcas tiveram de convocar recalls dos mais bizarros por causa de… aranhas. Milhares de unidades do sedã Mazda 6 foram chamadas por causa de ninhos de aracnídeos formados no recipiente de respiro do tanque de combustível.
As aranhas, do tipo de saco amarelo, eram atraídas pelos hidrocarbonetos presentes na linha de combustível. Os ninhos podiam causar fissuras na peça e, em casos extremos, provocar incêndios. Ao todo, foram mais de 42 mil unidades do sedã médio-grande fabricadas entre 2010 e 2012 convocadas para colocação de um software que detectava a “invasão” e alertava o motorista.
Em 2013, foi a vez de a Toyota perceber que várias unidades do Camry apresentavam bloqueio na tubulação do condensador do ar-condicionado causado por teias de aranha.
Pior: o problema podia provocar vazamento justamente no módulo de controle do airbag. Havia o risco de a água causar um curto-circuito, ativar o sensor e disparar a bolsa subitamente. No total, foram registrados três problemas nos airbags e 35 alertas nos painéis do sedã médio-grande e também do Avalon.
Leite derramado
Que atire a primeira pedra quem nunca deixou cair ou vazar qualquer bebida dentro do carro. Passa um pano que seca, né? No caso dos Corolla dos anos 1990, não era tão simples. A Toyota teve de fazer um recall de 627.858 unidades do sedã porque líquidos derramados no porta-copos podiam afetar os sensores dos airbags. O chamado ocorreu em 1995.
Quem colocou isso aí?
A Honda foi a autora de um dos recalls mais bizarros da história. Em 2014, chamou donos da Odyssey devido a um erro na… posição do nome da minivan na tampa do porta-malas. Isso mesmo, o emblema estava no lado errado da porta traseira.
Apesar de ser um problema que não colocaria em risco a segurança dos ocupantes da minivan, a marca japonesa fez o chamado para reparo. E justificou que a posição errada do emblema poderia indicar que o veículo tinha passado por reparos após um acidente e desvalorizar o carro na hora da revenda.
Misoginia
Acredite: no início dos anos 2010 a BMW teve de fazer um recall porque clientes do Série 5 reclamaram do GPS, quer dizer, da voz do navegador. A irritação era porque os comandos do sistema eram proferidos por uma… mulher. Pois é, os machões não aceitavam receber ordens de uma pessoa do sexo oposto e a marca alemã teve de tascar uma voz masculina no software do dispositivo.
Freio “auxiliar”
Você é aquele carona que fica tão ligado no trânsito a ponto de pisar no assoalho como se tivesse um pedal de freio ali? Bem, se você estivesse em um carro francês no Reino Unido há uns 10 anos poderia ajudar a parar o carro de verdade.
Dezenas de milhares de unidades de modelos da Peugeot, Citroën e Renault tiveram de passar por um recall porque os freios podiam ser acionados caso o passageiro pisasse forte no piso.
Isso porque na hora de adaptar o carro para a direção ao lado direito (como é nos países britânicos), os fabricantes colocaram apenas uma barra para instalar o pedal na área do motorista. E se esqueceram de proteger o mecanismo no lado do carona.
Tá pegando fogo, bicho!
Bancos aquecidos são bem supérfluos para boa parte do mercado brasileiro, porém importantes (senão fundamentais) em países frios, como o Canadá. Foi lá que a Volkswagen teve de fazer um recall das linhas Jetta e Golf equipadas com o item de conforto.
Foram 94 mil unidades do sedã e do hatch que corriam o risco de incêndio devido à possibilidade de curto-circuito no sistema de aquecimento dos assentos. Isso aí: o sujeito poderia estar ao volante tranquilão e de repente suas calças pegarem fogo
Seta bipolar, ops, bicolor
Recentemente, em 2018, a BMW se viu em meio a um recall devido à cor das setas indicadoras de direção. Alguns exemplares do SUV X3 vendidos nos EUA tinham um conflito de cores dos piscas traseiros. As setas que apareciam na parte do conjunto que cobria a tampa do porta-malas estavam em um tom âmbar, enquanto das extremidades piscavam em uma coloração vermelha.
Fonte: Portal Webmotors