A Aceam (Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado) está em organização para celebrar no segundo final de semana de julho a 103ª edição do Shokonsai “convite às almas”, que significa cultuar a memória dos antepassados, uma tradição oriental. Evento é gratuito e são aguardadas 7 mil pessoas em dois dias de festa.
Conforme Luiz Takashi Katsutani, vice-presidente da associação, o evento acontece todos os anos desde 1920. “Tivemos restrições na pandemia, mas buscamos não deixar esfriar a tradição, que surgiu da vontade das famílias de se fazer uma celebração para os entes queridos falecidos. Neste ano trazemos novidades nos dias de shows, apresentações e culto aos antepassados“, explica.
Durante o final de semana acontecerão apresentações culturais como karaokê, coral, danças folclóricas japonesas, taiko, muita gastronomia japonesa, dentre outras atividades. Além dessas, o destaque principal é a oração e o ritual das velas no Cemitério Histórico Japonês de Álvares Machado.
O Cemitério de Álvares Machado surgiu com a chegada dos primeiros japoneses, por volta de 1918, no qual 784 pessoas foram enterradas. Novos sepultamentos foram proibidos na década de 41, na gestão do presidente Getúlio Vargas, que via o espaço como um ato de discriminação racial.
A responsabilidade de preservação e conservação da necrópole é da Aceam. Ela foi tombada em 1980, pelo Conselho de Defesa de Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), através da Resolução nº 23, de 11 de julho de 1980, publicada no Diário Oficial no dia 12 de julho do mesmo ano.