Hoje é comemorado o Dia do Consumidor. Mas para mais de 70 milhões de brasileiros que estão com o nome restrito, há pouco o que comemorar. A inadimplência no país não para de crescer e não é só ela. Estudo recente divulgado pela Serasa Experian mostra que o valor das dívidas dos brasileiros também cresceu. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30.
Os juros altos e a inflação são os principais responsáveis pelo aumento da inadimplência do país. A inflação alta corrói cada vez mais o poder de compra do consumidor, que não consegue manter seus compromissos financeiros apenas com o salário. E, para arcar com as despesas, usam o cartão de crédito, cheque especial e empréstimo como forma de complementar a renda. O problema é que os juros no país estão altíssimos e o que seria um socorro em um momento emergencial acaba piorando ainda mais a situação. Chega uma hora que o consumidor não consegue mais pagar nem as contas e nem as dívidas feitas para quitar outras dívidas.
Para quem vive o drama da inadimplência e procura um caminho para acabar com o pesadelo das dívidas, o mês do consumidor traz um alento. Em todo o país, neste mês de março, acontecem feirões e mutirões de negociação para endividados. As ações reúnem empresas, lojas, órgãos de defesa do consumidor e instituições financeiras.
Renegociar as dívidas é o caminho para romper o ciclo do endividamento e sair da inadimplência. Para quem pretende aproveitar a temporada de negociações, aí vão algumas dicas:
Avalie seu orçamento e defina quanto você pode pagar.
Antes de procurar os credores, é preciso avaliar seu orçamento e definir quanto da sua renda poderá ser comprometida com o pagamento das dívidas. “Não adianta negociar sem saber ao certo se você terá condições de cumprir o compromisso. Se não for possível pagar à vista, faça uma proposta real, com um valor de parcela compatível com a sua situação econômica.
Pesquisa as opções de negociação.
Várias instituições estão aproveitando o mês de março, o mês do consumidor, para realizar feirões e mutirões. Pesquise onde seus credores estão oferecendo as melhores ofertas de negociação e negocie as melhores condições possíveis, como redução de juros e multas.
Não aceite a primeira proposta. Negocie.
Não tenho medo de negociar e apresentar uma contraposta. Não aceite a primeira oferta. Antes de assinar o acordo, argumente, peça melhores condições. Negociar faz parte e as empresas têm interesse em receber suas dívidas. Negocie ao máximo para fechar um acordo que seja o melhor para você.
Dê prioridade às dívidas com juros mais altos.
Na hora de negociar, priorize as dívidas que têm as taxas de juros mais altas. São elas que têm o maior potencial de virar uma bola de neve.
Mude seu comportamento.
Depois de tanto esforço para colocar o orçamento em ordem e limpar o nome, a dica é mudar o comportamento e investir em educação financeira para evitar que o problema se repita. Negociar descontos nas compras do dia a dia, evitar gastos por impulso, não gastar mais do que ganha e ter uma reserva de emergência são fundamentais para uma vida financeira equilibrada e longe de dívidas.
Por: Rogério Araújo