CONSCIÊNCIA NEGRA: A História do Feriado de 20 de novembro e o legado de Tereza de Benguela

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data dedicada à reflexão sobre a luta contra o racismo e à valorização da cultura afro-brasileira. Instituída oficialmente pela Lei nº 12.519, a data presta homenagem à memória e à resistência de Zumbi dos Palmares, mas vai além de um único nome, destacando a importância de diversos líderes negros na história do Brasil. Um exemplo marcante dessa luta é Tereza de Benguela, uma mulher que liderou um quilombo e inspirou gerações com sua força e determinação.

A Origem do Dia da Consciência Negra

A escolha do 20 de novembro como símbolo da resistência negra remonta à década de 1970, quando o Movimento Negro Unificado resgatou a figura de Zumbi dos Palmares. A data representa um contraponto ao 13 de maio, quando se celebra a Abolição da Escravatura, mas que não reconhece o protagonismo negro na luta pela liberdade.

Hoje, o Dia da Consciência Negra é um feriado em diversos estados e municípios brasileiros, marcado por eventos culturais, debates e ações de conscientização. A celebração é também uma oportunidade de reforçar a importância das políticas públicas para a inclusão e a equidade racial.

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Tereza de Benguela: A Rainha do Quilombo do Quariterê

Embora Zumbi seja o principal símbolo da resistência negra no Brasil, outras figuras igualmente importantes merecem destaque. Uma delas é Tereza de Benguela, que viveu no século XVIII e liderou o Quilombo do Quariterê, na região de Mato Grosso. Sob sua liderança, a comunidade quilombola resistiu por décadas ao domínio colonial, integrando negros e indígenas em um sistema político democrático.

Tereza é lembrada por sua coragem e habilidade em organizar a vida social e econômica do quilombo. Seu legado é tão significativo que, em 2014, o dia 25 de julho foi oficializado como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, reconhecendo sua importância para a história do Brasil.

O Papel da Cultura Afro-brasileira

A contribuição dos afrodescendentes vai muito além da resistência. A música, a dança, a culinária e as religiões de matriz africana desempenham um papel central na formação da identidade cultural brasileira. O samba, a capoeira e o candomblé, por exemplo, são manifestações que sobrevivem graças à resistência cultural de comunidades negras ao longo da história.

O Significado Atual do 20 de Novembro

No contexto atual, o 20 de novembro é um chamado à ação. Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta profundas desigualdades raciais, evidentes no acesso à educação, no mercado de trabalho e na violência estrutural. A data convida a sociedade a refletir e a agir para construir um país mais justo e igualitário.

A Importância da Educação e da Memória

Promover a educação sobre a história afro-brasileira é fundamental para combater preconceitos e estigmas. A Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas, é um passo importante, mas ainda enfrenta desafios na implementação.

O Dia da Consciência Negra não é apenas um momento para relembrar o passado, mas também para reafirmar compromissos com o presente e o futuro. O legado de Tereza de Benguela, Zumbi dos Palmares e tantos outros líderes negros é um exemplo de resistência e inspiração. Que o 20 de novembro continue a ser um marco de reflexão e transformação, celebrando a riqueza da cultura negra e fortalecendo a luta por igualdade racial no Brasil.

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