Alunos de cursos de Ciências Agrárias da Unoeste, criadores e especialistas puderam conhecer mais sobre técnicas de melhoramento genético e as inovações na pecuária durante o Workshop Fazenda Pagador, realizado neste sábado (29), na Fazenda Pagador, em Presidente Prudente.
Foi a possibilidade de conectar esse público aos avanços que permitem melhor produtividade e qualidade dentro dos rebanhos – principalmente da raça Nelore – e que podem ser implementados em várias propriedades. Entre eles, os sistemas de classificação dos bovinos e recursos como a ultrassonografia de carcaça.
“Atualmente há uma expectativa de abertura para o mercado pecuário para o Japão, por exemplo. É o terceiro maior país do mundo que mais exporta, porém é altamente exigente. Com esses recursos, é possível identificar os melhores animais, selecionar e multiplicar, a partir de padrões de qualidade”, explica a coordenadora do curso de Zootecnia semipresencial EAD, Dra. Ana Claudia Ambiel Corral Camargo.
Integração entre empresas, criadores e alunos que ajuda na formação. “Melhora o desenvolvimento de todos e ajuda a conhecer na prática técnicas que vamos usar futuramente”, explica a aluna do 7º termo de Zootecnia, Julia Rosa.
Conhecimento que também colabora com quem já tem uma história no campo, como o estudante João Vitor Minozzo, do 7º termo de Zootecnia. Aos 25 anos, o morador de Campo Novo do Parecis (MT) faz o curso de Zootecnia semipresencial EAD. Apesar de sempre ter vivido na zona rural e a família ter tradição no agronegócio, ele destaca a importância de se atualizar.
“Comecei Zootecnia para poder melhorar o nosso trabalho. Meu objetivo é buscar novas tecnologias, para conseguir um resultado ainda melhor na venda desses animais, tanto para aqueles que vão para reprodução quanto os que vão para o abate. Algumas coisas eu já sei, mas em atividades como essas, conheço técnicas que eu nunca tinha visto”, explica João Vitor.
Técnicas e recursos inovadores
Na abertura do evento, os participantes puderam conhecer mais sobre a história da Fazenda Pagador, que tem mais de 70 anos de tradição. “O objetivo é trazer os novos profissionais para ver o que é tecnologia de ponta, para produção de reprodutores e matrizes. Hoje nós estamos muito focados em qualidade de carne”, explica o pecuarista Fabio Buchalla, um dos sucessores de Farham Buchalla, nome importante da atividade pecuária no Oeste Paulista.
O workshop seguiu com explicações sobre a ezoognósia, que é a ciência que avalia os animais pelo aspecto exterior. Entre os métodos, está o sistema de avaliação EPMU, que analisa estrutura corporal, precocidade, musculatura e umbigo. Ainda podem ser avaliados por meio de escores (pontuações que vão de 1 a 6) os aspectos raciais, de aprumos (posicionamentos para sustentação) e sexuais.
Depois das explicações, foi a hora de ver isso na prática. Os estudantes puderam acompanhar a avaliação de vários bovinos em tempo real, feitas pelo técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Alisson Andrade – sempre com explicações sobre os motivos de cada nota e sobre como isso muda os resultados dentro do rebanho.
Depois da avaliação externa, o workshop abordou as avaliações internas do animal. Representantes da empresa DGT Brasil trouxeram um panorama do trabalho de ultrassonografia de carcaça – que permite verificar, por exemplo, o marmoreio (como a gordura está entremeada na carne). Também foram abordados quesitos como a Área de Olho de Lombo (AOL) e a espessura de gordura subcutânea (EGS).
A equipe também demonstrou como faz a avaliação dos animais usando o aparelho em um dos bovinos da propriedade.
Melhoramento genético na pecuária
Um dos temas de mais interesse dos participantes foi o melhoramento genético. Durante o workshop, os profissionais fizeram a distinção de quais fatores estão mais ligados à hereditariedade dos bovinos, e quais podem estar ligados a questões externas (do ambiente em que eles vivem).
Com isso, as soluções intra-rebanho (ou seja, dentro do próprio rebanho) vão depender da análise de dados – como ranquear os animais, introduzir características não contempladas na avaliação genética, identificar animais “extremados” e personalizar os critérios de seleção.
A engenheira agrônoma e estudante Jaqueline Angelotti Hafemann, do 9º termo de Medicina Veterinária, é natural de Anaurilândia (MS) e já planeja trabalhar com todos estes recursos que teve contato durante o workshop. “Durante o evento, a gente alia teoria à prática. Aqui foi possível ver de perto o resultado desse trabalho”, conta.
A estudante do 9º termo de Medicina Veterinária, Giovana Martins de Sá, natural de Indiana (SP) disse que o evento possibilitou aliar conhecimento ao networking com nomes importantes do cenário agropecuário do oeste paulista. “Ele reuniu várias empresas. Possibilita estar no meio de pessoas que trabalham no setor e agrega bastante”, comenta ela, que já é técnica em agropecuária.
Valeu muito a viagem
O workshop também representa um momento importante para os alunos de Zootecnia semipresencial EAD: o encontro dos estudantes de várias partes do país com a prática.
Johnatan Alves da Silva Osaki precisou pegar ônibus e alguns voos para sair de Cacoal, em Rondônia, para participar da semana de aulas presenciais. Mas a experiência que ela leva para casa é de grande valor, segundo ele.
‘’Hoje estamos vendo toda a fundamentação que a gente tem na faculdade in loco. Foram verdadeiras aulas e agradeço à Fazenda Pagador e à Unoeste”, explica o estudante do 7º termo.
A viagem do aluno Robson Leandro, do 7º termo, foi de mais de 3 mil quilômetros. Ele saiu de Milhã, no Ceará, para poder participar das aulas práticas em Presidente Prudente.
“Essa oportunidade de ter a aula prática mostra a qualidade do curso e a seriedade da Unoeste em formar bons profissionais. Eu tenho uma empresa de consultoria e uma loja agropecuária. Já tenho formação técnica, mas só nesse modelo semipresencial EAD eu consegui a graduação. Eu não conseguiria parar a minha vida para participar da vida acadêmica. A Unoeste me proporcionou isso através desse curso, por isso sou muito grato pela oportunidade”, diz.
“É uma prática muito bem construída, para atender todos os requisitos para a formação. A introdução de novas tecnologias é fundamental ao curso, e conseguimos associar as empresas com tecnologia de ponta nas áreas de atuação para os estudantes”, explica a coordenadora do curso.
Parcerias
O 1º Workshop Fazenda Pagador contou com o apoio das empresas Cocamar, Soesp, PremiX, DGT Brasil e da Confraria da Carcaça Nelore, grupo de criadores focados na produção de carne de qualidade superior.