DIA DA INFORMÁTICA: Das válvulas à Inteligência Artificial, como será o computador do futuro?

17

O Dia da Informática, celebrado em 15 de agosto, visa celebrar os inúmeros benefícios que a tecnologia trouxe – e ainda traz – para a sociedade. Nesta data, em 1946, a criação do ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) inaugurou a primeira geração de computadores. Operado com válvulas, o equipamento foi essencial para a derrota dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

De 1951 a 1959, computadores eram utilizados como enormes máquinas calculadoras. Além disso, a primeira geração foi programada em linguagem de máquina, entendida unicamente pelo processador (UCP). A segunda geração, originada no início da década de 1960, substituiu os valores brutos do código pelos símbolos mnemônicos, a partir da linguagem montadora.

O rápido avanço tecnológico levou ao desenvolvimento da terceira geração, em 1965. A fase foi definida pela integração dos circuitos integrados (CHIP), que realizavam tarefas em nanossegundos e possuíam a linguagem de programação de alto nível. Em 1975, foi estabelecida a quarta geração – na qual a indústria ainda está inserida. O desenvolvimento da tecnologia da informação (TI) diminuiu computadores e aumentou a capacidade de processamento de dados.

Apoio:


Inclusive, o investimento em estudos sobre TI auxiliou no progresso dos celulares. O protótipo Motorola DynaTAC 8000X foi criado em 1973 pelo engenheiro eletrotécnico Martin Cooper. O dispositivo pesava 794 gramas e tinha bateria com duração de apenas 1 hora em tempo de conservação. A constante reinvenção da indústria guiou o mercado para a atual disputa entre Samsung e Apple, com os modelos Galaxy e iPhone, respectivamente.

Quase 80 anos depois da criação do primeiro computador, o Brasil atingiu a marca de mais de dois dispositivos eletrônicos por habitante. Um estudo conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que há 464 milhões de aparelhos móveis (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso atualmente.

“Desde os primeiros modelos volumosos até os dispositivos compactos de hoje, a tecnologia se tornou parte essencial do nosso cotidiano. O fato de termos quase 400 milhões de dispositivos em uso no Brasil reflete não apenas o avanço tecnológico, mas também a crescente demanda por conectividade e inovação em nossa sociedade. Isso ressalta o papel crítico que a tecnologia desempenha no dia a dia e as oportunidades futuras que ela pode oferecer”, observa Rogério Athayde, CTO da consultoria de tecnologia keeggo.

Como serão os computadores do futuro?

Atualmente, a sociedade também assiste à ascensão da inteligência artificial (IA). Segundo a IBM, 41% das empresas brasileiras adotam ferramentas impulsionadas por IA no dia a dia. Em maio deste ano, a Microsoft lançou uma nova linha de computadores com inteligência artificial: os Copilot+ PCs. As máquinas possuem tecnologia de IA no software e oferecem recursos de memória fotográfica, facilitando a localização de documentos, e-mails lidos e sites já visitados.

Para acompanhar a tendência da indústria tecnológica, Lula recebeu o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial na 5ª Conferência Nacional de CT&I, sediada em Brasília, no início de agosto. A princípio, o projeto pretende regular o uso das IAs no Brasil. Na etapa secundária, planeja-se a instalação de um supercomputador, batizado de Santos Dumont. Será o quinto mais potente do mundo e o primeiro do tipo no Brasil, caso a instalação seja cumprida.

Athayde acredita que o programa é um importante passo para que o país desponte como uma possível referência sobre o tema: “Estamos entusiasmados com o avanço que este projeto representa para o Brasil. A instalação deste supercomputador é um marco significativo em nossa capacidade de pesquisa e inovação. Ele proporcionará um poder computacional sem precedentes, impulsionando a ciência, a indústria e a tecnologia no país e posicionando o Brasil na vanguarda da computação global”, afirma o especialista.

O CTO da keeggo destaca três tendências para o futuro dos computadores:

Integração com inteligência artificial (IA): espera-se que os PCs se tornem cada vez mais integrados com IA avançada. Isso pode incluir assistentes virtuais mais sofisticados, sistemas de recomendação mais precisos e até mesmo capacidades de automação que tornam o trabalho mais eficiente e intuitivo.

Computação quântica: embora ainda esteja em estágios iniciais, a computação quântica promete revolucionar a forma como processamos informações. No futuro, PCs podem começar a incorporar elementos de computação quântica para resolver problemas complexos mais rapidamente e lidar com grandes volumes de dados.

Desenvolvimento de hardware modular: a tendência de hardware modular pode se tornar mais prevalente, permitindo que usuários personalizem e atualizem componentes dos PCs com mais facilidade. Isso pode resultar em máquinas mais adaptáveis, que podem ser atualizadas em partes específicas sem a necessidade de substituir o sistema inteiro.

COMENTÁRIOS