Por
Revista Quem
Carla Díaz, 30 anos de idade, não esconde o ensutiasmo e euforia pela estreia dos filmes A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, em que interpreta Suzane von Richthofen. Na produção, com roteiro de Raphael Montes ao lado da criminóloga Ilana Casoy, a atriz contracena com Leonardo Bittencourt, que vive Daniel Cravinhos, com direito a cenas fortes.
“Eu e Leo tivemos um entendimento logo que imediato. A preparação com a Larissa Bracher e com o nosso diretor, Maurício Eça, foi fundamental para criamos essa conexão em cena. Até mesmo para as mudanças de registro, porque são dois filmes, dois caminhos de interpretação distintos”, afirma Carla, que iniciou a carreira artística com apenas 2 anos de idade e agora interpreta uma personagem não-fictícia.
Em um bate-papo exclusivo com Quem, Carla falou ainda sobre as cenas de sexo e as sequências em que aparece fumando. “Eu não fumo, mas já convivi com pessoas que fumam. Em cena, usamos um cigarro cenográfico, de mentira, o que facilita”, conta ela, elegendo as cenas do julgamento como as mais difíceis. A atriz não vê problema em interpretar outros papéis reais. “Quero personagens desafiadores, que me façam sair da zona de conforto.”
Quem: Depois de muita expectativa, finalmente a estreia. Ou melhor, as estreias de dois filmes. Feliz com o resultado?
Carla Díaz: Ainda estou assimilando as estreias. Foi uma espera longa nossa. Iríamos estrear na semana que o mundo parou por causa da pandemia. Foi um trabalho que exigiu muito de mim e de toda a equipe. É um projeto marcante para mim. Nunca fiz algo baseado em uma história real. Eu sabia da responsabilidade que era fazer esse papel. Estou acompanhando a repercussão e feliz com o que estou lendo.
Embora a pandemia tenha impossibilitado o sonhado lançamento em cinema, os longas serão lançados em diferentes países. Animada com a chance de uma repercussão internacional?
Eu fico animada em saber que mais pessoas terão possibilidade de assistir a esses trabalhos. São 240 territórios que estaremos com os filmes. Quando a gente faz um trabalho, nós, artistas, queremos que ele chegue ao maior número possível de público.
Este não será seu primeiro papel que será dublado. Novelas, como O Clone, também foram. Tem curiosidade se ouvir em outros idiomas?
Sim, já fiz novelas que foram dubladas e já me assisti sendo dublada. O cinema emprega muitas pessoas. Para você ver, dubladores em diversos países estão dublando esses trabalhos. Sem falar na equipe toda que trabalhou aqui. Mas eu vou assistir também os filmes nos outros idiomas para ver o resultado.
Os filmes estão no gênero de ‘true crimes’, popular no exterior, mas ainda pouco explorados no Brasil. Acha é um gênero com potencial para crescer?
Aqui, no Brasil, ainda não temos muitos trabalhos nesse gênero. Acredito que nossos filmes abrem as portas para termos mais projetos nesse segmento. No exterior, é um gênero comum e com muitos filmes no catálogo. Acredito que, nos próximos anos, teremos mais filmes como os nossos.
Muita gente julgou quando você aceitou o convite para interpretar Suzane von Richthofen. Como encarou esse tipo de julgamento antes mesmo da estreia?
Acredito que muitas pessoas, lá no início, não entenderam alguns pontos das nossas produções. Existiram algumas dúvidas. E eu sempre friso e faço questão de explicar. Os envolvidos nos crimes não ganham nada com os filmes. Nenhuma compensação financeira. Eles não têm nada a ver com as nossas produções. Os filmes também têm financiamento todo privado. Acho que boa parte do público já entendeu esses pontos.
Embora já tenha feito cenas de sexo como Karine em A Força do Querer, o filme traz as sequências de sexo com um outro peso – afinal são personagens psicologicamente bem distintas. Como atriz, como encara as cenas de sexo?
É uma cena como qualquer outra. Mesmo! Estamos preocupados com o texto, com a luz, com a câmera, com os movimentos marcados… Assim como as outras cenas. Não é sobre a cena, mas sim sobre a composição da personagem, que exigiu uma dedicação e concentração a mais minha.
Como foi dividir a cena com o Leonardo Bittencourt?
Eu e Leo tivemos um entendimento logo que imediato. A preparação com a Larissa Bracher e com o nosso diretor, Maurício Eça, foi fundamental para criamos essa conexão em cena. Até mesmo para as mudanças de registro, porque são dois filmes, dois caminhos de interpretação distintos.
Como Suzane, você fez cenas em que aparece fumando e sob efeito de drogas. Como foi fumar em cena, manusear o cigarro?
Eu não fumo, mas já convivi com pessoas que fumam. Em cena, usamos um cigarro cenográfico, de mentira, o que facilita. Mas fomos conduzindo todos esses elementos na nossa preparação, na minha pesquisa.
Sem spoiler, claro, mas agora que o filme já está disponível, pode nos falar qual foi a cena para desafiadora de rodar?
A sequência do julgamento. Foram dois dias filmando essas cenas e as nossas falas são fiéis ao que foi dito no julgamento. Lembro que a equipe ficou bastante comovida, porque são falas fortes e de uma história real. Saber que aquilo aconteceu, mexeu com a gente ali na filmagem. Exigiu muita concentração de todos nós para rodar aquelas sequências.