Presos tem curso de piscicultura em Presidente Venceslau

Parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (FUNAP) e a Universal nos Presídios (UNP) ofertou curso de “Piscicultura – Produção e Tratamento para Peixes” para reeducandos que cumprem pena no regime semiaberto da Penitenciária I “Zwinglio Ferreira” de Presidente Venceslau, subordinada à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste (Croeste).
Trinta privados de liberdade foram inscritos para as aulas, ministradas por José de Carvalho Neto. O curso tem duração de 24 horas, distribuídas em sete dias.
As aulas teóricas e práticas aconteceram no Parque Agrícola da unidade, que conta com uma represa e um tanque de peixes. De acordo com Carvalho Neto, os reeducandos aprendem técnicas de manejo, desenvolvimento, limpeza e produção.
“Damos maior destaque à tilápia, espécie que se adapta bem às variações climáticas”, comenta. O professor explica que a produção do peixe pode levar de 180 a 190 dias, até que esteja pronto para comercialização.
Para que o processo ocorra com resultado positivo é preciso seguir técnicas adequadas. “A tilápia, por exemplo, produz o ano todo. O piscicultor deve estar atento desde o manejo dos alevinos, quanto à alimentação em cada fase de desenvolvimento e ao mercado consumidor”.
O Pastor Reinaldo Baia Pinheiro, coordenador da UNP na região Oeste, destacou que o curso é uma oportunidade para o reeducando se profissionalizar e conquistar seu sustento para quando estiver em liberdade.
“O objetivo é prevenir a reincidência dessa pessoa, por meio de ações que estimulem sua autoestima e confiança de que é capaz de gerar renda com seu trabalho”, declarou. O Diretor Técnico III do presídio, Claudinei dos Santos, ressaltou que a participação dos reeducandos em cursos como os que são ofertados pela Universal, oferecem oportunidade para que os mesmos adquiram novas habilidades, ampliando as possibilidades para gerar renda e prover o sustento de suas famílias. “A qualificação para o trabalho é uma maneira eficaz de reintegração social da pessoa privada de liberdade”, afirma.
Oportunidade
As ações que promovem aquisição de conhecimento por parte dos custodiados integram as estratégias de reinserção desses indivíduos à sociedade, para quando estiverem em liberdade. O acesso à qualificação profissional é essencial para que possam estar preparados para o mercado de trabalho, com novas habilidades.
“É importante lembrar como é bom aprender algo em nossas vidas e como isso pode mudar nossas escolhas. Aprender piscicultura exige determinação, tempo e cuidados especiais”, comenta o reeducando “Antonio” (nome fictício).
O aluno “João” (nome fictício) enfatiza que o curso não ensina somente a produção do peixe, mas também a empreender. “Conhecimento nunca é demais. Foi muito bom fazer esse curso”, comenta.
Os alunos que concluem o curso recebem apostila e certificado emitido pela Faculdade FANDUCA, que é válido em todo território nacional.
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