Os professores da rede Sesi de São Paulo decidiram, em assembleia realizada no último sábado (22), aderir à greve em todo o estado. De acordo com a Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo), a instituição ofereceu um aumento real de apenas 0,33%, uma proposta considerada insuficiente pela categoria. Confira mais em TVT News.
A decisão de paralisação foi colocada em votação com a seguinte pergunta, apresentada à assembleia em tempo real:
“Você concorda com a proposta de GREVE em todas as Unidades do SESI no Estado, a partir de 31/03, com o cronograma apresentado, que inclui nova assembleia no dia 27/03, às 19 horas?”
O resultado da votação refletiu o descontentamento da categoria:
Sim – 83%
Não – 9%
Abstenções – 8%
As assembleias ocorreram remotamente, garantindo ampla participação dos docentes. A greve foi aprovada em diversas regiões do estado, incluindo ABC, Araçatuba e Birigui, Campinas, Franca, Guapira e Unicidades, Jacareí, Jundiaí, Osasco, Ourinhos, Presidente Prudente, Sinpae Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São Paulo, Sorocaba, Vales e Valinhos-Vinhedo.
Principais Reivindicações da Categoria
Além do reajuste salarial, a categoria listou suas principais demandas após sucessivas rodadas de negociação sem avanços significativos:
Professores do Fundamental I da rede Sesi-SP enfrentam uma realidade cada vez mais desgastante: turmas superlotadas, com números que chegam a ultrapassar 60 alunos – e, em alguns casos, atingem até 90 estudantes. A situação tem gerado insatisfação generalizada entre os docentes, que apontam a prática como inviável para garantir um ensino de qualidade;
Outro ponto de tensão diz respeito à mudança da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para a modalidade de Ensino à Distância (EAD). Com essa transição, professores relatam que têm sido obrigados a atender turmas com mais de 200 alunos, o que tem causado estresse e esgotamento físico e emocional. Além disso, a instituição também se nega a estabelecer limites máximos de estudantes para a modalidade EAD no acordo coletivo;
A situação é igualmente crítica na adaptação, fase destinada à recepção de novos alunos para identificar suas necessidades educacionais específicas. Professores que atuam nessa área relatam que faltam trabalhadores para lidar com a crescente demanda. Com poucos profissionais disponíveis, as tarefas se acumulam, comprometendo a qualidade do atendimento e aumentando a sobrecarga. Diante desse cenário, a categoria reivindica urgentemente a contratação de mais profissionais para reduzir o volume excessivo de trabalho e garantir condições adequadas tanto para os docentes quanto para os alunos.