Workshop abre debate sobre cana-de-açúcar em solos arenosos

Workshop com dia de campo no plantio experimental de cana-de-açúcar | Foto: Homéro Ferreira

Projeto de longo prazo para mudar a realidade da produção de cana-de-açúcar em ambientes restritivos, em solos arenosos do oeste paulista, teve nesta sexta-feira (19) o 1º workshop que debate o manejo como caminho para melhoria da produtividade agrícola e tecnológica. Evento realizado pela graduação e pós-graduação em Agronomia da Unoeste, envolvendo importantes parceiros, representantes do setor sucroalcooleiro e comunidade acadêmica.

À frente do projeto, o engenheiro agrônomo e professor pesquisador Dr. Alexandrius de Moraes Barbosa, disse que nos últimos anos a cultura da cana-de-açúcar se expandiu para regiões de solos arenosos, classificados como ambientes restritivos devido ao baixo potencial produtivo que se dá, principalmente, em função da baixa fertilidade do solo. Porém, assegura que, com manejo adequado, é possível promover ganhos consideráveis na produtividade de colmos e de açúcar.

Contribuição socioeconômica

Diante desse contexto, o “1º Workshop de Cana-de-Açúcar: Manejo em Ambientes Restritivos” representou o ponto de partida para ampla discussão que abordará uma temática diferente em cada edição. Na cerimônia de abertura, o pró-reitor acadêmico da Unoeste, engenheiro agrônomo e professor pesquisador Dr. José Eduardo Creste, elogiou a iniciativa e disse que a região precisa dessa ação, no sentido de estimular o setor e contribuir com o desenvolvimento social e econômico.

Apoio:


Para o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, Dr. Carlos Sérgio Tiritan, é uma grande oportunidade aberta para discutir problemas e superar as dificuldades de produzir em solos arenosos. Em manifestação de gratidão, enalteceu a atuação dos integrantes do grupo de Pesquisas Fitotécnicas em Cana-de-Açúcar (Fito-Cana) e as parcerias na realização do workshop, da empresa de nutrição vegetal Ubyfol; do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC); e do Programa Cana, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Agrometeorologia e climatologia

Com registro no protocolo estiveram presentes representantes das usinas Cocal, Umoe, Zilor e Adecoagro. “É muito importante a participação significativa de empresas”, comentou o vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Agronomia, Dr. Edgar Henrique Costa Silva que destacou a internacionalização do evento; comentou que a agronomia é uma ciência experimental; e falou da motivação do mestrado e doutorado em trabalhar com as culturas do oeste paulista.

Ao proferir a primeira palestra da manhã, no auditório Azaleia – no campus II da Unoeste, o Dr. Alexandrius citou que nos últimos dez anos tem atuado na área de ecofisiologia vegetal (fotossíntese vegetal e relações hídricas), ambientes de produção e agrometeorologia, com enfoque na cultura da cana-de-açúcar. O tema foi “Agrometeorologia e climatologia da cana-de-açúcar no Oeste Paulista”, na qual discorreu sobre yield gap (lacuna de rendimento) nas produtividades potencial, atingível e agrícola.

Dia de campo

O engenheiro agrônomo Lucas Vinicius Feitosa da Silva, da Ubyfol, abordou o tema “Estratégias de manejo nutricional via foliar em cana-de-açúcar para ambientes restritivos”. Ainda de manhã, teve dia de campo com estações técnicas sobre genótipos do CTC e do IAC para ambientes restritivos; e apresentação por representantes do Ubyfol dos benefícios do manejo nutricional via foliar em cana-de-açúcar. O dia de campo ocorreu em área experimental no campus II da Unoeste, em Presidente Prudente.

Os participantes foram divididos em três grupos e cada um passou, alternadamente, pelas três estações instaladas junto o plantio de cana-de-açúcar, nas quais receberam informações e orientações. O workshop foi fechado à tarde. O presidente da Associação de Técnicos Açucareiros de Guatemala (Atagua), Dr. Gerardo Espinoza Veliz, proferiu palestra on-line com o tema “Similaridades e diferenças climáticas na produção de cana-de-açúcar do Brasil com a América Central”.

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